Hommage à Mme. RITUI
RITUI
Rito que ri… Daqui ou do Chuí… ?
Nome-pessoa que flui - chuá, chuá - em meio a ais e uis.
Penetrava, assim, em recônditos lugares, para assistir em precioso silêncio
rituais sagrados ora para os deuses ora para os animais.
Numa grande roda, índios, ritmadamente, batem os pés na terra batida e sacodem os chocalhos.
Hora da dança da chuva na floresta, sob o encanto dos sabiás e os gorjeios do uirapuru.
Das corredeiras do rio avista-se também o tuiuiú… e tudo, fauna e flora, entoa um canto à memória
dessa doce senhora que amava os tupis-guaranis e os carnavais.
Se amava o Brasil, era forçoso respeitar também o seu charme malandro e imperfeições,
Sem menos nem mais nem muitos porquês…
Ritui não era de lá, era daqui,
Mas era sol e tinha essência mestiça nos olhos apertados e gentis.
Podia ser da Tailândia ou do Tahiti,
Quem sabe, até mesmo do Hawai.
Mas espreitava, curiosa, sem dúvida, as ruínas milenares dos primeiros homens do Piauí.
Coração e mente lusofonados,
Mas de braços abertos para a vida,
Com as pernas a dar largas passadas “macunaímicas” pelo
mundo antropofagicamente…
Decodificando…
Lendo…
Sentindo…
Intuindo…
Rituindo…
Mione Sales
Paris, 04/10/2009